A 11ª revisão do programa de ajustamento vai trazer uma revisão em alta do cenário macro-económico e deixa claro que a austeridade veio para ficar.
O cenário macro-económico inscrito no Memorando de Entendimento, pelo menos na versão perliminar do memorando a que a TSF teve acesso e que foi negociada com a troika, aponta para um crescimento de 1,2% do PIB em 2014 (contra a estimativa inicial de 0,8%), uma taxa de desemprego ligeiramente mais baixa - média de 15,7% ao longo do ano (contra os 16,8% inscritos no OE2014); e uma inflacção de 0,7%.
Nas contas do Governo, o défice de 2013 ficou nos 4,5% do PIB, excluíndo a despesa extraordinária com a recaptalização do BANIF, sendo que o executivo garante que, no ano passado, fez uma consolidação do défice estrutural primário de 0,7% do PIB. No documento a que a TSF teve acesso, é precisamente esse o esforço de consolidação previsto para este ano, sendo que o executivo prevê um esforço maior em 2015 - 1% do produto para atingir a meta de 2,5% de défice -, e um esforço continuado de 0,5% do PIB de 2015 para a frente. Contenção continuada na despesa do Estado que é justificada com as regras do Tratado Orçamental.
Como pressões negativas sobre a execução orçamental ao longo do ano, o governo aponta a diminuição das receitas da Segurança Social, o aumento da despesa com o subsídio de desemprego, e os custos com as dívidas vencidas nos Hospitais, um problema que está por resolver.
Para lidar com estas contrariedades, o governo conta com cerca de 350 milhões de euros que transitam da execução orçamental do ano passado para este ano, e com o bom comportamento da economia, que há-de corresponder a um crescimento da receita fiscal.