O chefe do Governo recusou hoje estar a negociar com a 'troika' «nas costas dos portugueses», mas reiterou que considera que o país não pode regressar ao «nível salarial» nem ao «nível remuneratório das pensões» de 2011.
O chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, respondia ao deputado e secretário-geral do PS, António José Seguro, no debate quinzenal na Assembleia da República, que o desafiou a dizer «quais são os cortes que quer passar de provisórios a definitivos».
«Não podemos regressar ao nível salarial de 2011, não podemos regressar ao nível remuneratório das pensões de 2011», afirmou Passos Coelho.
«Iremos apresentar ainda este ano uma proposta para que consigamos tornar mais sustentável a segurança social, como iremos apresentar uma proposta, como consta, aliás, do memorando de entendimento, relativamente a tudo o que envolve remunerações na função publica», declarou.
António José Seguro defendeu que é preciso dizer «aos reformados, aos pensionistas e aos funcionários públicos» quais dos cortes aplicados serão definitivos, e não, «em vésperas de eleições», estar a «iludir os portugueses», como acusa o primeiro-ministro de fazer.
Na resposta, Passos disse que Seguro faz «perguntas capciosas».
«De cada vez que o senhor deputado faz uma pergunta dessas, o senhor deputado engole a insinuação que faz. O senhor deputado anda a insinuar que nós andamos a negociar com a 'troika' a saída do programa há para aí meio ano. Eu já desmenti que andássemos a negociar a saída do programa todas as vezes que o senhor deputado faz essa denúncia, não insista nessa linha», respondeu Passos Coelho.
«Nós não andamos a negociar nada nas costas dos portugueses, mas houve um governo que fez isso, não foi o meu», disse o primeiro-ministro.