Política

BE: Assunção Esteves recusa pedido de conferência de líderes extraordinária

A presidente da Assembleia da República recusou o pedido do Bloco de Esquerda (BE) para uma conferência de líderes extraordinária para o final do plenário desta tarde.

A conferência havia sido pedida pelo Bloco após a falta de respostas do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal, após uma troca crispada de palavras envolvendo a coordenadora do partido, Catarina Martins, e o chefe do Governo.

A coordenadora e deputada bloquista disse hoje no parlamento que a palavra do primeiro-ministro «não vale nada», tendo questionado Passos Coelho sobre matérias económicas e ficado sem resposta.

«Dado o valor que a minha palavra tem não estará à espera de resposta», disse Pedro Passos Coelho dirigindo-se à bloquista, sublinhando que não iria falar mais no momento de intervenção do Bloco «por respeito» pela Assembleia da República e por si mesmo.

«Neste momento o que Portugal precisa não é de silêncio», devolveu Catarina Martins.

No final da intervenção do Bloco no debate quinzenal com o primeiro-ministro todos os deputados do partido abandonaram o hemiciclo parlamentar.

«É um precedente errado e grave, porque aquilo que aconteceu hoje não foi o desrespeito pelo Bloco de Esquerda. Foi o primeiro-ministro que, ao recusar responder a perguntas feitas num órgão de soberania, virou as costas à democracia», explicou o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares.

Comentando esta situação, a presidente da Assembleia da República considerou não ter havido uma «quebra regimental», uma vez que o direito ao silêncio faz parte do direito democrático.

«É uma estratégia que não é controlável diretamente por uma conferência de líderes extrordinária. Não tem a emergência. É uma estratégia normal do ponto de vista da dialética e da liberdade de intervenção no plenário», acrescentou.

Assunção Esteves explicou ainda que uma conferência de líderes extraordinária pretendida pelo Bloco de Esquerda «tinha apenas uma dimensão ruidosa, a que ninguém aproveitaria».

Redação