O Ministério das Finanças reconhece que ainda não tomou uma decisão sobre o anunciado encerramento de dezenas de repartições de Finanças.
No memorando de entendimento com a troika, o Governo comprometeu-se a encerrar, durante o mês de março, pelo menos 25 por cento dos serviços locais de Finanças objeto de reestruturação. No entanto, contactado pela TSF, o ministério de Maria Luís Albuquerque reconheceu que o processo está em "banho maria".
Em várias repartições do país, os funcionários queixam-se das deficientes condições de trabalho e também das precárias condições de acesso aos serviços.
Em Guimarães, por exemplo, a última queixa tem a ver com um estranho escorrimento que os trabalhadores detectaram nas paredes.
«Nas escadas escorrem pelas paredes não sabemos se esgotos, se água, sem que o condomínio consiga resolver o problema que se arrasta há muito tempo. O mais caricato é que a Autoridade para as Condições do Trabalho está instalada aqui ao lado e não faz nada», contou à TSF o funcionário Manuel Oliveira.
A falta de pessoal e os constantes problemas com o sistema informático são outras das deficiências apontadas.
Além disso, o acesso ao serviço faz-se por uma escadaria de vinte degraus que não permite a entrada a cidadãos com mobilidade reduzida.
«Já tivemos duas situações, uma em que os funcionários se deslocam lá abaixo e atendem as pessoas na rua e outra quando as pessoas com pouca mobilidade teimam em subir, com muitas dificuldades. Ainda há tempos um senhor de muletas quando chegou cá a cima desmaiou e tivemos de chamar o INEM», acrescentou Manuel Oliveira.
Por seu turno, na repartição de Braga 2, os funcionários viram recentemente resolvido o problema da climatização - no Verão as temperaturas chegam com frequência aos 37 graus -, mas ainda subsistem outros.
«Quando chove muito, o saneamento do terraço entope, a água sobe e começa a infiltrar-se. Temos de suspender o serviço para andar a desviar secretárias», relatou Abel Duarte.
No serviço da tesouraria, recorreu-se mesmo a uma solução engenhosa, com a colocação de um copo e um fio condutor para canalizar a água do teto para o balde que diariamente é despejado pelos funcionários.