O cabeça de lista às europeias da coligação Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), Paulo Rangel, classificou como um inoportuno exercício masoquista o manifesto assinado por 70 personalidades a pedir a reestruturação da dívida pública.
«A primeira coisa que eu diria é que o manifesto é inoportuno», disse Rangel aos jornalistas, em Estrasburgo, França, onde decorre a sessão plenária do Parlamento Europeu.
«Numa altura em que os credores estão a dar sinais de que a dívida portuguesa é sustentável, eu usaria as palavras do Presidente da República: é masoquista estarmos a dizer o contrário», acrescentou.
O cabeça de lista salientou ainda que «num momento em que estamos a fechar o programa de ajustamento, precisamos de uma convergência nacional para o fazermos da melhor maneira possível».
«Vir agora criar um foco de distração e de alteração de estratégia que não tem qualquer efeito no curto prazo é, obviamente, um erro», acrescentou.
«Lamento esta inoportunidade do manifesto», disse ainda, sublinhando que outro aspeto negativo é o de falar em reestruturação.
Para Rangel, «a palavra reestruturação tem um sentido que seria catastrófico, seria mesmo muito mau para os portugueses», defendendo que seria preferível falar-se de uma solução europeia futura.