Passos Coelho diz que as universidades mantêm estes cursos por causa dos professores e que haverá um dia em que «essas instituições chegarão à conclusão de que não faz sentido manterem essa oferta».
O primeiro-ministro garantiu que há universidades portuguesas que mantêm «cursos que não fazem sentido apenas porque não sabem o que hão de fazer aos professores que lá têm e apesar dos pouquíssimos alunos que se inscrevem naqueles cursos».
«Há de haver um dia em que essas instituições chegarão à conclusão de que não faz sentido manterem essa oferta», acrescentou Passos Coelho, na inauguração de um centro de investigação e desenvolvimento na área dos jogos digitais, em Barcelos.
Para o chefe do Governo, as universidades não têm de perder o espírito competitivo, «mas também é importante que não se estejam a canibalizar umas às outras e ainda menos quando isso é feito com dinheiros públicos».
«Não tenham dúvida, há hoje uma grande desacerto entre a procura que as empresas fazem de mão de obra qualificada, de oferta diferenciada de tipo superior e aquela que o mercado disponibiliza», acrescentou.
Em declarações à TSF, o presidente do Conselho dos Politécnicos lamentou que o chefe do Governo não tenha sido mais concreto na referência que fez às universidades e sugeriu que Passos Coelho dissesse quais são esses cursos.
«Se, por acaso, a ideia do primeiro-ministro incluía os politécnicos devo dizer claramente que não tem razão. Não é verdade que existam cursos só por capricho de alguns professores», acrescentou Joaquim Mourato.