O FC Porto apresentou hoje na Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga de Clubes a participação disciplinar contra o Sporting e o seu presidente por tentativa de coação sobre a arbitragem de futebol, segundo comunicado do clube.
Conforme a nota, disponível na página oficial dos "dragões" na internet, a SAD portista entregou a documentação hoje de manhã na CII da Liga, alegando «visível e notória violência moral para constranger a atuação dos árbitros e outros agentes desportivos».
«A administração do FC Porto - Futebol, SAD aguardará tranquilamente o desenrolar do processo, sem quaisquer tipo de comentários, recusando alinhar ou pactuar com a inaceitável coação que tem sido exercida sobre as equipas de arbitragem e órgãos jurisdicionais por parte do Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD», concluiu o comunicado.
No passado dia 18, após a derrota em Alvalade, por 1-0, o FC Porto anunciou a intenção hoje materializada, argumentando com um artigo do Regulamento Disciplinar sobre coação, que prevê a derrota dos "leões" caso se provem os factos reclamados.
A SAD portista justificou esta posição, na altura, com «a campanha de condicionamento da arbitragem, com o anúncio da interposição de ações judiciais aos árbitros desta época e da anterior, extensível aos membros dos órgãos jurisdicionais do Conselho de Disciplina e do Conselho de Justiça».
A isto, queixam-se os portistas, o Sporting «juntou a ameaça de ações com pedidos indemnizatórios contra os árbitros dos jogos futuros, como era o caso do Sporting-FC Porto», o que consideraram «uma intolerável violência moral com a intenção de constranger os agentes desportivos, resultado do presente no artigo 66 do Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional».
A participação disciplinar dos "dragões" pretende ser lida sob o efeito do artigo que aborda casos de coação de clubes ou seus dirigentes sobre agentes desportivos, quer na forma física ou moral.
No ponto 3 do artigo 66, e conforme o sentido do comunicado do FC Porto, refere: «Os factos referidos nos números 1 e 2 [este especificamente sobre os árbitros], quando na forma de tentativa, serão punidos com sanção de derrota e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar».
A queixa contra o presidente Bruno de Carvalho entronca no ponto 4, o qual considera que «os clubes são considerados responsáveis, nos termos dos números anteriores, pelos factos cometidos, direta ou indiretamente, por qualquer dos seus dirigentes ou representantes».
Também em comunicado, o Sporting reagiu no dia seguinte, considerando os propósitos portistas «despropositados e infundados».