Política

PS, PSD e CDS devem gerar candidato presidencial, diz Durão

Em entrevista à SIC e ao Expresso, o presidente da Comissão Europeia frisou ainda que não tem planos para entrar na corrida presidencial e disse ter ficado algo surpreendido por Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix ter assinado o manifesto dos 70.

O presidente da Comissão Europeia defendeu, esta sexta-feira, que PS, PSD e CDS devem gerar e apoiar um candidato à Presidência da República.

Em entrevista à SIC e ao Expresso, Durão Barroso lembrou que a «próxima fase política em Portugal vai ter de ter um consenso mais alargado».

«Há personalidades em Portugal com características e até podem nem ser dos principais partidos ou mesmo ser independentes», acrescentou este ex-primeiro-ministro, que se excluiu da corrida presidencial.

Para Durão, «se vamos precisar de alguns grandes consensos, por que não ter um Presidente da República à partida mandatado pelos principais partidos para ser fator de união entre eles?»

«Cavaco Silva, atual presidente da República, está a tentar fazê-lo e já fez muitos apelos nesse sentido, mas a verdade é que às vezes aparecem críticas procurando colocá-lo num dos lados», acrescentou.

Ao recordar que conhece bem o atual chefe de Estado, Durão disse ainda ter a certeza que «ele está interessado no bem do país e quer que o país saia o melhor possível».

Sobre o manifesto dos 70, onde se defende a reestruturação da dívida, Durão Barroso disse ter ficado algo surpreendido por seus ex-ministros, como Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite, entre os subscritores deste documento.

Ao admitir que a «até que ponto é que a crise está a ter um impacto enorme na classe média, Durão Barroso entende que Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix «representam uma certa classe média ou até uma classe média/alta».

«Em Portugal, por causa destas medidas, pessoas que até têm um rendimento relativamente alto em termos portugueses viram as suas reformas a rendimentos, até por causa dos impostos, muito atingidos», explicou.

Apesar disto, sem querer entrar na luta política, Durão Barroso acabou por considerar que alguns dos subscritores deste documento tiveram o «objetivo de embaraçar o Governo num jogo político».

Redação