Vida

Arquidiocese de Córdoba autoriza batismo de menina de casal de lésbicas

Na Argentina, na próxima semana, o arcebispo de Córdoba vai batizar uma menina filha de duas lésbicas. Trata-se de um caso inédito.

O batizado está marcado para o dia 5 de abril. A bebé vai receber o nome de Umma e a cerimónia, na catedral de Córdoba, tem a bênção do arcebispo daquela cidade argentina.

Só que na certidão de batismo desta menina, nascida há um mês, apesar do espaço convecionado para escrever o nome da mãe e do pai, vai constar o de Karina Villarroel e Soledad Ortiz.

Casadas de acordo com a lei aprovada em 2013 na Argentina, tornam-se no primeiro caso de um casamento entre pessoas do mesmo sexo a batizar um filho de acordo com a lei católica.

Depois do aval do Arcebispo Carlos Nuñez, que apenas pediu para haver cuidado na escolha dos padrinhos para a criança crescer na fé católica, as duas mães da criança - uma ex-polícia e uma dona de casa - querem que a presidente da Argentina seja a madrinha de Umma por ter sido durante o seu mandato que foi aprovada a chamada lei da igualdade no casamento, que recebeu também o voto da oposição.

Esta foi uma das bandeiras do Papa Francisco enquanto arcebispo de Buenos Aires. Na altura, opôs-se à lei do casamento "gay"; agora como chefe máximo da Igreja Católica tem defendido a inclusão de crianças em famílias homossexuais na Igreja, tendo pedido aos dirigentes religiosos de todo o mundo para não fornecerem a essas novas gerações uma vacina contra a fé.

Uma atitude que, na Argentina, é agora vista como a referência para o arcebispo de Córboda autorizar este batismo, apesar de a notícia ter «irritado» os setores mais conservadores da Igreja.