Vida

Em noite de mudança da hora, a Crimeia acerta o relógio com Moscovo

Grande parte da Europa muda esta noite para a hora de verão, adiantando os relógios uma hora, mas a Crimeia distanciou-se mais do ocidente e aderiu à hora da nova capital, Moscovo.

Às 22:00 locais (20:00 em Portugal), os relógios da estação de Simféropol, a capital da península, no mar negro, passaram para a meia-noite, numa cerimónia com pompa e circunstância.

Duas semanas depois do referendo que abriu caminho à reunificação com a Rússia, a mudança simbólica da hora constitui mais uma etapa do "avanço" de Moscovo sobre a Crimeia, depois de já ter sido adotado o rublo como moeda nacional.

«Pronto para a viagem no tempo» era o título hoje do jornal local Krymskaïa Gazeta, que alertava as pessoas para possíveis problemas de saúde, como distúrbios no sono, depressão ou apatia.

«É um pouco difícil», admitiu a porta-voz das autoridades locais, Lioudmila Mokhova, acrescentando no entanto que «as pessoas estão contentes».

O resultado do referendo a favor de Moscovo foi recebido com alegria na Crimeia, uma península de língua russa que fora anexada à Ucrânia em 1954 pelo líder soviético Nikita Khrushchev. Grande parte da comunidade internacional considerou o plebiscito ilegal.

A Rússia renunciou em 2011 ao horário de verão e Moscovo está em permanência no fuso horário TMG mais quatro.

Portugal adianta os relógios esta madrugada. A partir de domingo, e até à hora de inverno, quando no último fim de semana de outubro os relógios atrasarem de novo uma hora, Portugal terá mais uma hora TMG (ou tempo universal mais um), o que quer dizer que está no fuso horário mais um do que o do meridiano de Greenwich, que se convencionou usar como marcador para o tempo.

A mudança da hora acontece em todos os países da União Europeia no mesmo momento, mas outros países que não fazem parte do grupo dos "28" escolheram seguir as mesmas normas. Na Europa só a Arménia, a Bielorrússia, a Geórgia e a Rússia não adiantam os relógios uma hora esta madrugada nem os atrasam em outubro.

Na Europa a mudança da hora começou na altura da I Guerra Mundial e teve como objetivo o de poupar combustível numa altura em que este era racionado.

Atualmente já não há um impacto económico, mas apenas social, já que os horários de trabalho coincidem mais com a luz solar. Ainda assim, a União Europeia reavalia a manutenção dos horários de verão e de inverno de cinco em cinco anos.