A UTAO confirmou que o aumento dos pagamentos em atraso foi de 140 milhões de euros em janeiro e fevereiro, sendo que o principal responsável por esta subida é o setor da Saúde.
Os pagamentos do Estado em atraso há mais de três meses aumentaram 140 milhões de euros em janeiro e fevereiro, avançam dados da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), citados pela agência Lusa.
Numa avaliação à execução orçamental de fevereiro, a UTAO sublinhou que os programas de regularização de dívidas têm tido um impacto positivo, ao totalizarem 60 milhões no arranque de 2014.
Contudo, excluindo o pagamento feito ao abrigo desses programas, as administrações públicas acumulam 140 milhões de euros de dívida vencida nos dois primeiros meses de 2014.
A maior fatia desta dívida pertence ao setor da Saúde com 88 milhões, com destaque para os hospitais EPE, que têm 82 milhões de euros de pagamentos em atraso há mais de três meses.
Ouvida pela TSF, a presidente da Associação dos Administradores Hospitalares não ficou surpreendida com estes dados, até porque com os apertos orçamentais a margem ficou mais estreita.
«A terem de continuar a acorrer às necessidades de saúde dos utentes que continuam a procurá-los, os hospitais têm naturalmente de continuar a acumular alguma dívida», acrescentou Marta Temido, em declarações à TSF.
A presidente desta associação explicou ainda que medidas como a reestruturação da oferta e as carteiras de serviços «estão de alguma forma atrasadas» e que a geração de dívida dos hospitais em relação aos fornecedores continua a existir.