Vida

Crise está a aumentar discriminação sobre comunidade cigana

Direitos Reservados

No Dia Internacional dos Ciganos, o presidente da União Romani diz que a crise agravou a situação e fez aumentar a discriminação. A TSF foi visitar um bairro social de Matosinhos para conhecer o trabalho de uma psicóloga que trabalha com a comunidade.

Foi um encontro em Londres, a 8 de abril de 1971, que lançou a semente do que viria a ser consagrado como o Dia Internacional dos Ciganos.

O presidente da associação União Romani considera que a crise agravou a situção da comunidade. José Fernandes diz que o aumento das dificuldades para os portugueses fez aumentar a discriminação em relação à etnia.

O presidente da União Romani acrescenta ainda que a comunidade cigana em Portugal tem cerca de 70 mil pessoas e, ao contrário do que geralmente se pensa, a maioria não tem grandes condições financeiras.

Sobre a denúncia de um aumento da discriminação motivada pela crise, a alta comissária para as migrações não se mostra surpreendida, mas Rosário Farmehouse diz que a discriminação não afeta apenas essa etnia.

Há precisamente um ano, o Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas. A ideia é cumprir vários objetivos em áreas como educação, habitação ou saúde num prazo máximo de sete anos, com um orçamento próximo de 350 milhões de euros.

A estratégia é coordenada pelo ACIDI. Rosário Farmhouse diz que neste primeiro ano foram cumpridas as metas que tinha delineado e que vão permitir conhcer as várias comunidades que existem em Portugal.

Neste dia, a TSF foi conhecer o testemunho de Paula Allen, uma psicóloga que trabalha há dez anos com os ciganos que vivem no Bairro da Biquinha, em Matosinhos.

Dos três mil habitantes, duas centenas são ciganos. Uma comunidade pobre e conservadora que demorou a adaptar-se ao serviço de apoio social que ali chegou há dez anos.