Desporto

Liga: «É difícil imaginar um quadro mais negro»

Rui Alves, presidente do Clube Desportivo Nacional, e um dos 21 presidentes que pretende afastar Mário Figueiredo da Liga de Clubes, não poupa nas críticas à gestão do presidente e alerta que a organização dos campeonatos pode estar em causa.

A Liga está em falência técnica e a organização da próxima época pode estar em causa.

Em entrevista à TSF, Rui Alves, presidente do Nacional, diz que a situação é muito grave e que está a deixar os clubes muito preocupados. «Neste momento a Liga está em falência porque não tem receitas para fazer face às despesas. Dificilmente é possível imaginar um quadro mais negro e perspectivar a nova época».

Nesta altura, com a temporada praticamente a chegar ao fim, e sem orçamento aprovado, Rui Alves tem dúvidas de que a Liga esteja a cumprir as obrigações financeiras. «Não sei de onde poderão vir as receitas neste momento»,explica o dirigente.

Na opinião de Rui Alves, é a atual gestão que tem de assumir responsabilidades e o Ministério Público tem de investigar porque a gestão de de Mário Figueiredo não é clara.

«Tudo isto foi conduzido numa opacidade completa. Tudo isto é muito grave». Mário Figueiredo controla tudo e é por isso, na opinião do dirigente, o principal responsável pela actual situação.

Rui Alves vê, pelo menos, indícios de gestão danosa. «Ele é presidente de tudo, da Comissão Executiva, do Conselho de Presidentes e, de alguma maneira, preside também à Assembleia Geral. Estamos a falar de responsabilidade pessoal. A breve prazo penso que ficará demonstrado que há aqui indícios de gestão danosa. Com a não apresentação do orçamento, penso que a Liga devia estar sob administração judicial desde fevereiro», garante.

Para Rui Alves é urgente alterar os estatutos da Liga de Clubes e acabar com o actual modelo presidencialista.

Rui Alves considera difícil terminar a edição deste ano da Taça da Liga; pode não haver datas disponíveis e, além disso, a Liga não tem dinheiro para pagar aos clubes que participaram na competição. Manter a prova no quadro competitivo na próxima época também parece inviável, não por causa do alargamento da I Liga mas porque não faz sentido manter uma prova que não dá acesso às competições europeias.