Portugal

Patriarca de Lisboa teme pela abstenção e onda de extremismo nas eleições europeias

D.Manuel Clemente não revela, nesta entrevista à TSF, simpatias especiais pela "troika", que gostaria que saísse do país através de um «consenso político alargado».

Com a morte recente do seu antecessor, D. José Policarpo, o novo patriarca, no governo da diocese há quase um ano, perdeu um dos apoios importantes para o exercício de um lugar que reconhece ser difícil, tendo em conta a presença intensa de políticos na capital.

Sob o ponto de vista moral e ético, D. Manuel Clemente continua a defender, para as minorias, direitos a referendos e debate sobre questões fraturantes, como a adopção por casais homossexuais.

O patriarca manifesta-se, ao mesmo tempo, atento às questões sociais, sobretudo através da Caritas e da "Comunidade Vida e Paz", que teve início na diocese de Lisboa, para apoio aos sem abrigo.

Não espera, por outro lado, abandonar os grupos mais conservadores como o Opus Dei, Comunhão e Libertação e Neo-catecumenais. Eles, como também diz, são «ovelhas do mesmo rebanho».

O patriarca revela ainda que a nomeação do bispo de Aveiro não será tão demorada quanto foi a do Porto. Quanto ao novo bispo das Forças Armadas e de Segurança, abandonará do cargo quando completar 65 anos.

Deseja, entretanto que a Rádio Renascença e a Agência Ecclesia sejam mais colaborantes. E não espera gastar energias com uma nova catedral, como foi pensado pelos seus antecessores.

Manuel Vilas Boas