A número 2 da lista do PS às Europeias está disponível para integrar um eventual Governo PS em 2015. A antiga ministra critica a meta para o défice negociada pelo Governo.
Maria João Rodrigues está disponível para integrar um eventual governo PS caso os socialistas vençam as legislativas do próximo ano.
Em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo, a antiga ministra do emprego de António Guterres e atual número 2 da lista socialista candidata às eleições europeias afirma que «sim, estaria disponível», explicando que procura «estar onde possa ser mais útil» mas ressalva que essa opção também é do partido: «uma decisão desse tipo não depende de mim».
Seria «preferível» ter uma meta de 3% para o défice de 2015
Maria João Rodrigues, que tem dedicado os últimos anos de trabalho à Europa, considera que o Governo errou ao negociar com a troika um défice de 2,5% para 2015.
A antiga ministra, considerada a «mãe» da estratégia de Lisboa (desenhada no início do século e que determinou os objetivos económicos europeus para 2010), afirma que «quem defende esta meta diz que conseguir isto melhora a imagem do país. Eu contra-argumento dizendo que a imagem de Portugal nos mercados hoje depende não só do défice mas muitíssimo da dinâmica de crescimento, da dinâmica da dívida e da própria taxa de desemprego. Aliás, vemos isso na avaliação feita pelas agências de rating. Elas ponderam todos esses indicadores. É essa combinatória de indicadores que temos de melhorar, não é só o défice»
A conselheira de instituições europeias, que ajudou a construir a estratégia 2020, esteve envolvida na negociação do tratado de Lisboa, e no desenho das políticas dos 28 para o emprego e inovação entende que o défice de 2,5% previsto para 2015 permite «um crescimento de 1,5% que a meu ver é demasiado baixo para resolver os nossos problemas». É por isso que está convencida que seria «preferível ter um défice um pouco maior, de 3%, para ter uma taxa de crescimento de 2%»
A entrevista de Maria João Rodrigues à TSF e Dinheiro Vivo pode ser escutada neste sábado depois do noticiário das 13h00 e em permanência na página do programa Tudo é Economia.