Pais de vítimas do naufrágio de um 'ferry' ao largo da Coreia do Sul atacaram hoje um responsável da guarda-costeira, que acusam de mentir sobre os esforços para recuperar os corpos ainda presos no interior da embarcação.
Cerca de 20 familiares de vítimas atacaram Choi Sang-Hwan, vice-comandante da guarda-costeira sul-coreana, depois de entrarem pelo seu gabinete no porto de Jindo, segundo um jornalista da agência France Presse no local.
Os familiares forçaram a entrada no local, guardado por dez militares, e atacaram Choi quando este estava sentado à secretária, agredindo-o com murros na cara e no corpo.
Depois, agarraram-no pelo pescoço e levaram-no para fora do gabinete para uma tenda, exigindo a presença do comandante, Kim Suk-Kyun.
Choi permaneceu agarrado por vários dos familiares e foi alvo de agressões até à chegada do comandante, que, por sua vez, foi obrigado a pegar no rádio de transmissões e ordenar aos seus homens que mobilizem mais mergulhadores e acelerem os esforços para recuperar os corpos.
As famílias têm manifestado grande descontentamento pela lentidão da resposta inicial das autoridades ao naufrágio de 16 de abril. O 'ferry' levava 476 pessoas a bordo, a maioria estudantes do secundário.
A embarcação ficou submersa e as condições perigosas e difíceis do local fizeram com que só ao fim de dois dias fossem retirados os primeiros corpos.
O balanço oficial do naufrágio é de 171 mortos e 131 desaparecidos.
Cerca de 250 das vítimas estudavam no liceu de Ansan, que hoje recomeçou as aulas, interrompidas desde a tragédia.
Os alunos do último ano voltaram hoje à escola e os dos outros anos regressam na segunda-feira, segundo a agência.