Na sessão solene dos 40 anos da revolução de Abril, o líder do PCP Jerónimo de Sousa apelou a uma convergência à esquerda e criticou o Governo por estar a «dar cabo do presente da juventude».
O secretário-geral do PCP descreveu também o 25 de abril de 1974 como um "«ato de libertação» e processo «mais moderno e avançado» da história contemporânea de Portugal, mas deixou críticas, na sua intervenção no parlamento, ao atual Governo.
«Uma política e um Governo que estão a dar cabo do presente da juventude estão condenados à derrota e a não ter futuro», declarou Jerónimo de Sousa, na sua intervenção no parlamento na sessão solene dos 40 anos da revolução de Abril.
Na sessão solene, PCP e "Os Verdes" traçaram uma retrospetiva sobre a revolução de 1974, elogiando por exemplo os capitães de Abril, mas deixaram fortes críticas ao rumo político atual do país.
Na sessão solene, PCP e "Os Verdes" traçaram uma retrospetiva sobre a revolução de 1974, elogiando por exemplo os capitães de Abril, mas deixaram fortes críticas ao rumo político atual do país.
«Aos que contemplam hoje a sua obra de destruição e fazem planos para muitas décadas de austeridade e sofrimento, nós dizemos: o projeto de Abril inscreve-se ainda na Lei Fundamental. Os seus valores continuam a ter validade e atualidade», advogou Jerónimo de Sousa.
Para o líder comunista, celebrar o 25 de Abril é «dar combate à reescrita da história e à negação da existência do fascismo», lembrando um «ato de libertação e processo de transformação, realização, conquista e participação».
Jerónimo enalteceu ainda a «fusão operacional e original do povo com as Forças Armadas», destacando que o PCP, «partido da resistência e da luta antifascista», mantém uma «convicção inabalável que nada está perdido para todo o sempre» e que é possível uma «vida melhor num Portugal de progresso, livre e democrático».
Pelo Partido Ecologista "Os Verdes", o deputado José Luís Ferreira focou boa parte da sua intervenção no parlamento a analisar as «injustiças» atuais na sociedade promovidas pelos «catequistas da austeridade».
«Abril transformou o país para melhor. Muito melhor. Uma mudança estrutural e material. E se hoje estamos como estamos, devemo-lo às políticas dos Governos, que nestes 38 anos foram muitos, é verdade, mas partidos foram só três», frisou o parlamentar.
José Luís Ferreira disse também que os mercados «estão a tentar expulsar o Estado da economia e a mercantilizar o Estado social, e os governos têm vindo a permiti-lo».
«Abril nada tem a ver com isto e, portanto, é justo que os portugueses penalizem em futuros atos eleitorais os partidos responsáveis pela situação. E já que o Governo não muda as políticas, os portugueses deveriam ter a oportunidade de mudar de Governo», sublinhou ainda o deputado ecologista.