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Trabalhadores de "call center" fundam sindicato por melhores condições

Trabalhadores de "call center" reuniram-se hoje, em Lisboa, para fundar um sindicato destinado a lutar contra a precariedade no setor e a defender melhores condições de trabalho, nomeadamente com a criação de um estatuto de carreira.

A maioria dos funcionários destes centros de atendimento trabalha «com contratos precários», seja a recibos verdes ou contratações mensais, de acordo com Pedro Fortunato, um dos fundadores, à margem da assembleia que teve por missão eleger a comissão instaladora.

Dentro de duas semanas deverá ser enviada a documentação para o Ministério do Trabalho, com vista à legalização do sindicato, indicou.

Uma das principais missões do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Call Center é conseguir melhores condições e remunerações de trabalho.

"Um estudo da Associação Portuguesa de Call Center dizia, em 2010, que havia 50.000 pessoas" a trabalhar no setor, afirmou Pedro Fortunato, referindo que hoje serão mais.

Os trabalhadores queixam-se de que quando os contratos chegam ao fim são muitas vezes dispensados por períodos de poucos dias ou semanas para voltarem a ser chamados, sem que estabeleçam vínculo à empresa.

«Há casos de pessoas que ficam anos a fio a trabalhar assim, às vezes no mesmo call center», frisou.

Nestes centros predominam jovens, na faixa etária dos 20 aos 30 anos, mas cada vez mais surgem candidatos com 40 e 50 anos porque o local onde trabalhavam fechou, contou.