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Venezuela acusa EUA de conspirarem para controlar reservas petrolíferas do país

O ministro de Relações Interiores da Venezuela denunciou hoje que os Estados Unidos têm um «plano de conspiração e insurreição» para acabar com a revolução bolivariana e controlar as reservas petrolíferas venezuelanas.

«Os EUA são um dos maiores consumidores energéticos do mundo e, ao alcance da mão, sempre tiveram o controlo do petróleo venezuelano e querem agora ter o controlo da Faixa [Petrolífera de Orinoco, a sudeste de Caracas]», declarou.

Numa conferência de imprensa em Caracas, o ministro frisou ainda que os EUA «querem impedir a propagação do pensamento bolivariano, porque um pequeno país, petrolífero, diz ao mundo que há outro rumo possível e outra forma de construir a sociedade».

Segundo Miguel Rodríguez Torres, Washington definiu duas linhas de ação para atacar Caracas: pelo tema dos direitos humanos, reunindo informação através de líderes opositores «como António Ledezma, Lepoldo López, Maria Corina Machado, Diego Arria e muitos atores políticos que manipulam informação para tratar de fazer ver ao mundo que na Venezuela se violam os direitos humanos».

Neste sentido precisou ter um relatório da coligação opositora Mesa de Unidade Democrática, que será enviado a várias instituições internacionais, apontando as forças de segurança do Estado venezuelano de atuarem em conjunto com grupos paramilitares.

«A outra linha de ataque vem pelo tema do narcotráfico e do terrorismo, para fortalecer a matriz de que na Venezuela há um Estado foragido. Com essas desculpas têm invadido outros países. Assim vão criando uma escusa necessária para atacar o nosso país», sublinhou.

O ministro denunciou que os atos de conspiração se iniciaram em 2010 com uma atividade chamada "Festa Mexicana", na qual participaram vários líderes dos protestos que desde fevereiro último se registam diariamente no país, contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Por outro lado, acusou o defensor dos direitos humanos Humberto Prado, coordenador do Observatório Venezuelano de Prisões, de promover, em 2012, ações para gerar protestos, greves de fome e rixas nos cárceres venezuelanos, para «gerar ingovernabilidade», como parte do mesmo plano conspirativo.

Segundo o ministro, a conspiração passava ainda por criar confrontos «entre grupos afetos ao Governo [venezuelano] e grupos estudantis» que colocam barricadas nas estradas, no âmbito do que disse ser o "Plano a saída".

«O que se está a viver na Venezuela é um plano de conspiração insurrecional com fins claros de derrubar um Governo legitimamente instaurado no país e obedece a um objetivo estratégico permanente do Departamento de Estado dos EUA», acusou.