A imprensa venezuelana denuncia hoje que professores e diretores de vários colégios privados venezuelanos foram destituídos dos cargos por alegadas razões políticas.
«A 'Zona Educativa' incriminou os professores por falarem de ditadura em alusão ao Governo atual e por apoiarem os protestos estudantis», diz o El Nacional.
Segundo o jornal, os diretores de vários colégios privados de Puerto Ordaz, a sudeste de Caracas, «receberam ordens» das autoridades que colocaram fim às suas funções no estado de Bolívar.
«Rosa Fajardo, diretora do Colégio Nazaret - pertencente à rede de Missionárias Filhas da Sagrada Família de Nazaré, com 16 escolas - denunciou ter sido destituída com a religiosa Elvinia Gómez (professora de religião), por alegadamente apoiar os protestos iniciados a 12 de fevereiro em todo o país e por criticar o Governo», escreve o jornal.
O El Nacional precisa que «as autoridades da escola negaram-se a assinar a notificação por o documento estar incompleto» e que «parte das irregularidades cometidas pelo colégio se referem a denúncias de pais ou seus representantes».
Uma das queixas terá sido feita depois de um aluno ter comentado que nas aulas lhe falaram de ditadura e democracia «fazendo uma suposta alusão ao Governo do Presidente Nicolás Maduro».
«A sanção também refere que durante uma supervisão teriam encontrado um aluno a preparar um cartaz de protesto pela situação política do país», afirma o jornal citando a notificação que foi entregue às autoridades dos colégios Monte Carmelo, Ibero-americano e Loyola Gumilla.
O diretor de Monte Carmelo, Luís Alberto Gómez Rivas e a professora de Química Mary Núñez, também foram penalizados, segundo o El Nacional: o primeiro por um protesto criativo em que alguns usaram os seus corpos para simular a mensagem "S.O.S", e a professora por aparecer numa fotografia de um protesto com uniforme escolar.
O jornal dá conta que os procedimentos administrativos contra as escolas foram iniciados a 11 de março, um mês depois de começarem os protestos diários de estudantes na Venezuela.