Não será surpresa para o Presidente da República se, amanhã de manhã, voltar a ouvir em Pequim as queixas do principal acionista da EDP contra a a taxa extraordinária sobre o setor energético e a falta de estabilidade das politicas regulatórias.
Em fevereiro o então presidente da empresa estatal China Three Gorges pediu para ser recebido por Cavaco Silva e apresentou-lhe as queixas, que António Mexia tem repetido: não há rendas excessivas na eletricidade e a troika está enganada.
O Presidente poderá ouvir novamente estas queixas durante um pequeno-almoço com responsáveis do maior acionista da EDP, em Pequim. Em Lisboa, fontes governamentais garantem à TSF ser muito provável que isso venha a acontecer.
Lu Chun, o novo presidente da companhia, deverá repetir genericamente os mesmos argumentos, com a preocupação de que os cortes não se prolonguem para além de 2015.
E o que dirá Cavaco?
Essencialmente o que já disse em fevereiro: que se trata de uma decisão do governo português e que não se pode envolver em questões concretas da governação.
Paulo Portas, Rui Machete ou sobretudo Pires de Lima, ministros que certamente acompanharão o presidente neste pequeno almoço, poderão registar as queixas e levá-las para Lisboa.
Menos provável é que na mesma ocasião seja suscitada a questão da fábrica de turbinas eólicas que o acionista chinês da EDP disse querer construir em Portugal e que continua à espera, segundo a empresa, de que as perspetivas de mercado sejam mais animadoras.