A meio da campanha, o PS recebeu um apoio social-democrata. António Capucho, antigo dirigente do PSD, antigo Conselheiro de Estado, encontrou-se esta manhã, no Estoril, com Francisco Assis, para selar o compromisso e dizer que «evidentemente» vai votar no PS no próximo dia 25.
Expulso do PSD na sequência da candidatura autárquica numa lista adversária, em Cascais no ano passado, António Capucho, que foi o mandatário nacional para a candidatura de Paulo Rangel à liderança do Partido Social Democrata, em 2010, diz não temer as reações e espera que as europeias sejam vistas pelos eleitores como um ensaio para as legislativas.
António Capucho diz não ter qualquer dúvida. A candidatura socialista vai ao encontro daquilo que o antigo dirigente social-democrata quer para a Europa e por isso, Capucho, diz que o voto é certo e que aguarda pela vitória socialista nas europeias.
Um voto nas europeias, mas a pensar no escrutínio como uma antecâmara das legislativas do próximo ano.
Em 2010, António Capucho até foi mandatário nacional para a candidatura de Paulo Rangel à liderança do PSD, mas os últimos tempos marcaram a diferença. Capucho rejeita a ideia de uma bofetada de luva branca ao candidato da Aliança Portugal.
Para o cabeça-de-lista do PS Francisco Assis, António Capucho até pode ser apenas um de vários social democratas a estabelecer pontes com os socialistas.
Capucho sublinha que apesar da decisão não teme quaisquer reações, mais ou menos violentas. Para já, sublinha ser «partidariamente independente» e diz que ser militante socialista não está nos planos, mas admite «no futuro não se sabe o que vai acontecer». Certo é que com a atual direção social democrata em funções considera o regresso é impossível.