Cristiano Ronaldo faz hoje a capa da revista brasileira Veja, que escreve que o avançado da seleção nacional «chega ao Brasil como o mais temido, mais triunfante e mais convencido dos craques das grandes seleções».
O artigo surge com o título «A marra do melhor do Mundo» e uma chamada de capa que evoca o misto de reações que Cristiano Ronaldo desperta nos adeptos e grande público, no Mundo e em Portugal: «Ame-o ou odeie-o».
«Diante de um monstro, ora sagrado, ora profano, como Cristiano Ronaldo só existem duas reações possíveis. Admirá-lo desbragadamente, como fazem tantos amantes do futebol, admiradoras femininas ou fãs infantis. Ou assinar a rendição: mesmo rejeitando-o pelo estilo, arrogância e exibicionismo, admitir que é hoje o melhor jogador do Mundo, uma combinação única de habilidade, força e avassaladora vontade de vencer», escreve a Veja no parágrafo de arranque da peça.
Ao longo de 10 páginas, a revista brasileira recorda episódios e traços de caráter de Cristiano Ronaldo, narrados ou explicados por familiares, futebolistas que jogaram com ele, o olheiro do Sporting que o descobriu na Madeira, Aurélio Pereira, ou mesmo o cabeleireiro que lhe faz os penteados.
A Veja descreve que «a vaidade de Ronaldo foi tão precoce como o seu talento». O padrinho de batismo do "craque" português, Fernão Sousa, citado pela revista, dá força ao argumento: «Ele ia jogar com os cabelinhos alisados com sabão e com as botas engraxadinhas».
Mas todos confirmam que Cristiano Ronaldo trabalha mais do que lhe é exigido, para ser melhor e para manter a definição muscular do corpo.
O jogador brasileiro Kaká, que jogou com Ronaldo no Real Madrid, considera que o português «é uma máquina» - em comparação com o argentino Messi, que descreve como «um génio» - e salienta que Ronaldo «é o primeiro a chegar ao treino», fazendo trabalho de ginásio «trinta a 45 minutos antes de todos» os outros jogadores.
«Passa o dia treinando e, quando a maioria dos jogadores vai para casa, segue para a banheira de gelo. Como investe no corpo, sabe que a recuperação dos músculos é essencial para a manutenção da força», recorda do jogador brasileiro, que esteve no Real Madrid até ao início da época que agora terminou.
A revista recorda que Ronaldo leva a preservação do corpo ao extremo, referindo que o português comprou uma câmara de crioterapia de 35 mil euros. «Três vezes por semana, passa alguns minutos na câmara, submetendo-se a temperaturas até 120 graus negativos», para regenerar os músculos e diminuir as inflamações, lê-se no artigo.
A Veja também enumera as paixões de Ronaldo extra-futebol, as mulheres bonitas e os carros de luxo, uma consequência natural de «ser o jogador mais bonito, o mais bem pago e o detentor dos maiores contratos publicitários do mundo».
Uma imagem que contrasta com o seu país-natal, diz o historiador João Sedas, citado pela Veja: «Ele é o homem que os portugueses raramente conseguem ser: ótimo profissional e dono do próprio nariz. Contrasta com o traço comum de submissão deste país».