A multinacional Vodafone é a primeira operadora de telemóveis a admitir que há clientes alvo de espionagem.
A empresa afirma que são seis os países onde os governos fazem escutas permanentes e diretas, mas não divulga quais.
Apenas se sabe que são países onde «a lei ordena que as autoridades tenham um acesso direto à rede dos operadores», o que significa que podem gravar, monitorizar e localizar o cliente sem que a operadora saiba.
A Vodafone, que está instalada em 29 países, defende-se, afirmando que aceita esta condição para não ver a licença revogada. «Recusar cumprir as leis de um país não é uma opção».
No caso português a Constituição define duas situações para uma vigilância direta: os tribunais só podem dar autorização no caso de investigações criminais ou perante um pedido do Presidente da República, mas aqui só se estiver em vigor o estado de emergência ou o estado de sítio.
A Vodafone adiantou ainda que existem países em que os aspetos relacionados com as escutas legais não podem ser divulgados. São nações tão diversas como Egipto, Índia, Malta, Qatar ou Roménia.
A Liberty, organização britânica que defende os direitos civis, já veio dizer que é aterrador «que os governos tenham acesso a chamadas telefónicas e que para o fazer apenas precisem de carregar num botão».
A vice-presidente da Comissão Europeia, alertou também para a necessidade de proteger a vida privada dos cidadãos.