A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou hoje em Bruxelas que «não se pode pensar que a crise acabou» porque os mercados financeiros parecem ter estabilizado, considerando que a resposta à crise «tem de ser coordenada».
«A resposta tem de ser coordenada e temos de ter em mente que - por mais que os mercados tenham estabilizado agora - não podemos fiar-nos demasiado nos mercados financeiros. Eles podem estar complacentes agora, mas vão voltar. Não podemos pensar que a crise acabou porque os mercados agora estão mais bem dispostos», disse Maria Luís Albuquerque, no Fórum Económico de Bruxelas, que decorre hoje na capital belga.
A ministra começou a sua intervenção a enumerar «aquilo que correu mal», destacando que Portugal enfrenta os mesmos desafios que os outros países - «uma população envelhecida, perda de competitividade, necessidade de reformas estruturais e uma fragmentação financeira severa» - a que acrescem »desafios adicionais por ser um país periférico».
Maria Luís Albuquerque deixou ainda um recado para a Europa: «esta crise demonstrou que o enquadramento institucional europeu não era suficientemente forte».
A governante referiu-se ainda à necessidade de potenciar o crescimento para responder às expectativas das pessoas, mas alertou que é preciso «fazer as pessoas perceber aquilo que é realista e aquilo que não é», defendendo que «algumas expectativas que foram criadas parecem já não ser realistas».
A ministra das Finanças integra o painel que vai discutir as lições da crise e a resposta a dar, no Fórum Económico de Bruxelas 2014, que decorre na capital belga, e que conta ainda com a presença do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, com o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, entre outros.