O Sindicato dos Jornalistas repudiou hoje o despedimento de mais de 100 trabalhadores no grupo Controlinveste e pede que sejam encontradas alternativas. O presidente do grupo fala em medidas «dolorosas» mas «indispensáveis».
Num comunicado intitulado "SJ repudia despedimento colectivo na Controlinveste", o Sindicato dá conta de que hoje se reuniu com a administração da empresa, após esta ter anunciado a decisão de despedir 140 pessoas (em despedimento coletivo) e mais 20 em rescisões por mútuo acordo, abrangendo um total de 64 jornalistas.
«O SJ manifestou a sua preocupação com os efeitos da medida, não só sobre os trabalhadores e as suas famílias mas também para a necessária garantia de prestação de serviço ao público na quantidade e com a qualidade que lhe são devidas, pelo que defende que é necessário encontrar alternativas», lê-se no comunicado de imprensa, em que o Sindicato considera que os despedimentos não podem «ser a única solução das administrações para resolver as dificuldades económicas».
O Sindicato considera que as redações do grupo «já estão demasiado exauridas e que um novo 'emagrecimento' forçado daqueles coletivos vai necessariamente implicar uma redução do serviço produzido, com reflexos na qualidade das publicações, que pode pôr em causa as suas vendas e a sua viabilidade».
A Direção do SJ termina o comunicado a anunciar que, no sentido de proteger os trabalhadores, serão convocados plenários e outras iniciativas e apela à mobilização. Diz ainda que vai participar «ativamente» no processo de informações aos associados e nas negociações com a empresa, que se vão seguir.
Para o presidente da Controlinveste «as medidas agora anunciadas, embora dolorosas, são indispensáveis para que o grupo possa crescer sustentadamente no futuro próximo».
Numa comunicação escrita enviada à Lusa, Proença de Carvalho refere que «o capital que os novos acionistas investiram na empresa permitiu restaurar as suas finanças, mas a sua sustentabilidade futura e o seu crescimento exigem uma equilibrada adequação dos seus custos às realidades económicas do sector, que, como se sabe, tem vindo a conhecer uma profunda crise».
«Esse equilíbrio impõe uma política de poupança de custos que tornou exigível a adaptação dos recursos humanos do grupo às realidades do sector e das suas empresas», justifica.