No Brasil, vivem cerca de 5 milhões de descendentes de alemães. Os primeiros imigrantes chegaram no início do século XIX e 200 anos depois, as tradições, a língua e os costumes germânicos continuam bem vivos num Brasil "alto, loiro e de olhos azuis".
Pomerode, estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Na cidade mais alemã do país, a Copa é vivida com a mesma intensidade de qualquer outro local no Brasil. Só os corações é que não batem pelo Escrete mas sim pela Mannshaft.
«Aqui é 100% alemão», explica o treinador de futebol Ralf Muller. «A gente bota bandeira na janela quando joga a Alemanha, até contra o Brasil. Se a Alemanha jogar os bares alemães esgotam».
Nesta região do Brasil, a selecção portuguesa não vai ter um único simpatizante na estreia no Campeonato do Mundo, apesar da popularidade de Cristiano Ronaldo na comunidade germânica.
«Fizeram uma reportagem há pouco tempo e mostraram que ele é um dos primeiros a chegar aos treinos, que trabalha muito e é um exemplo para todos. A nossa comunidade gosta das coisas assim organizadas. Ele ganhou muito fãs aqui na nossa região», explica Ralf Muller.
O treinador de futebol juvenil em Pomerode revela que os miúdos tentam copiar as fintas, os remates e o penteado de Ronaldo, mais do que qualquer outro craque brasileiro.
Em Pomerode e noutras cidades germanófilas as tradições são essencialmente alemãs, numa cultura que continua bem viva no Brasil.
«Aqui 60% a 70% das pessoas fala alemão no dia a dia. Em Blumenau temos a Oktoberfest, em Jaraguá a Schutzenfest e por aí fora».