Esta terça-feira é Dia da Consciência, uma data para assinalar o gesto e a coragem de Aristides Sousa Mendes, o consul de Portugal em Bordéus que há 74 anos salvou milhares de pessoas do Holocausto. A ideia de fazer esta homenagem partiu de um emigrante português em Nova Iorque que quer sublinhar ao mundo este capítulo da história.
A história da família Mattis começou a 10 de Maio de 1940, após a Bélgica ter sido invadida pela Alemanha em plena Segunda Guerra Mundial. Conseguiram fugir de comboio para Paris e daqui rumaram a sul até chegarem a Bordéus, onde ouviram falar de Aristides Sousa Mendes.
Olivia Mattis ouviu as histórias contadas pelo pai - ainda vivo - inúmeras vezes. Em 1940 ele era uma criança e viajava com os pais, os avós, os irmãos e os primos, eram 12 no total.
Parte da família foi mandada para Coimbra e uma outra para a Figueira da Foz. Daqui viajaram para o Brasil e depois para os Estados Unidos. Olivia Mattis conta que as memórias são dolorosas e diz que Aristides Sousa Mendes mudou a história da família.
Para Olivia Mattis, o dia da Consciência é muito importante, significa que todos temos a oportunidade de marcar a diferença.
Olivia Mattis é co-fundadora e presidente da Sousa Mendes Foundation, nos Estados Unidos. O cônsul português em Bordéus terá ajudado cerca de 30 mil pessoas, ao atribuir vistos do Ministério dos Negócios Estrangeiros português aos que fugiam às tropas nazis.
O Dia da Consciência é assinalado um pouco por todo o mundo. Em Portugal, e ao longo da semana, estão previstas várias iniciativas e celebrações religiosas que culminam, na sexta-feira com uma missa na Sé de Lisboa, presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.