O primeiro-ministro declarou hoje no parlamento que «não existe uma unanimidade» no Tribunal Constitucional sobre os termos de apreciação de matérias políticas, recorrendo Pedro Passos Coelho a uma declaração de voto recente da vice-presidente da entidade.
«A afirmação da senhora vice-presidente do Tribunal mostra que entre os juízes do Tribunal não existe uma unanimidade quanto aos termos em que o Tribunal tem apreciado as matérias que o parlamento tem aprovado», disse Passos Coelho, respondendo ao PCP, na sua primeira intervenção no debate quinzenal desta manhã.
O governante trouxe para o debate uma declaração de voto da vice-presidente do TC sobre a apreciação recente de matérias do Orçamento do Estado de 2014.
A juíza, diz Passos Coelho, reconhece duas coisas: que «há uma invasão da esfera legislativa através desta decisão do Tribunal» e que «os termos em que o Tribunal se pronuncia não deixa orientação clara para o legislador saber como se conformar com as decisões do próprio Tribunal».
«Penso que isso nos deve deixar a refletir. A nós e, espero eu, aos juízes do TC», disse o primeiro-ministro, dirigindo-se a Jerónimo de Sousa, líder comunista.