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Universidade britânica rejeita admissão de estudantes iranianos

A Universidade de Kaplan, no Reino Unido, instituição de origem norte-americana, está a recusar a admissão de estudantes iranianos aos cursos ligados às ciências, tecnologia, engenharia e matemática, devido às sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irão.

Pelo menos 15 estudantes de nacionalidade iraniana viram as suas candidaturas feitas 'online' recusadas por aquela Universidade do Reino Unido, que alega estar a cumprir as normas e políticas norte-americanas de sanções ao Irão.

Há anos, as autoridades norte-americanas impuseram sanções ao Irão como forma de pressionar o país a cumprir uma série de medidas relativas ao seu programa nuclear, que o ocidente acredita visar apenas desenvolver armas, mas que o governo de Teerão diz ser para fins pacíficos.

Segundo o jornal britânico The Guardian, os críticos afirmam que as sanções do governo norte-americano foram impostas para punir as autoridades iranianas e não às pessoas comuns, pelo que há uma má interpretação da parte da Universidade de Kaplan.

O jornal britânico garante ter tido um memorando interno que visa clarificar a política Universidade de Kaplan relativa ao recrutamento de estudantes que residem no Irã iranianos.

Segundo a publicação, o documento assinala que aquela instituição de ensino só pode inscrever estudantes que residem no Irão se estes quiserem frequentar cursos de licenciatura e se não estiverem matriculados em cursos-tronco.

«As empresas norte-americanas são geralmente proibidas de exportar ou importar serviços do Irão", mas, "na prática, isto significa que existem algumas limitações para poder recrutar estudantes para Kaplan, especialmente àqueles que residem no Irão. Geralmente podemos inscrever estudantes iranianos que têm domicílio fora do Irão, sujeitos a determinadas restrições sobre como os alunos a pagar os seus cursos», refere o memorando citado pelo jornal britânico.

Pelo menos um estudante iraniano que estudou no Reino Unido viu a Universidade de Kaplan recusar-se a atribuir-lhe um certificado no final do curso, depois de a instituição de ensino ter atualizado sua política sancionatória relativa ao Irão.

Contudo, Ali Shafie, que tem uma empresa de recrutamento de estudantes iranianos para o Reino Unido, considerou que a política da Universidade de Kaplan é discriminatória, por estar a proibir aqueles alunos de desfrutar dos mesmos direitos que estudantes de outras nacionalidades.

«Como eles estão a oferecer cursos no campus de universidades estatais do Reino Unido têm a responsabilidade de não discriminar os estudantes em função da nacionalidade, ao oferecer as vagas», considerou Ali Shafie.

Um porta-voz da Kaplan, citado pelo jornal The Guardian, afirmou que «como uma empresa de propriedade norte-americana, a Universidade está empenhada em recrutar estudantes internacionais de diversas nacionalidades, incluindo os de Irão».

Mas, «a Kaplan mantém as sanções dos Estados Unidos sobre o Irão em constante revisão e, idealmente, gostaria de ser capaz de oferecer os cursos a todos os alunos, independentemente da residência», referiu a fonte.