A Federação Nacional dos Médicos garantiu hoje que não volta atrás na greve e admitiu endurecer a luta se o Governo mantiver a "lei da rolha" e as políticas de degradação do Serviço Nacional de Saúde.
No final de uma reunião com a CGTP, em que a central sindical manifestou apoio à greve de 8 e 9 de julho, dos profissionais de saúde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) assegurou que, apesar de alguns recentes anúncios do Ministério da Saúde, no sentido de atender propostas do sindicato, a greve vai realizar-se.
A publicação do código de conduta ética, a que os médicos chamam "lei da rolha", a reforma hospitalar, o encerramento e desmantelamento de serviços, a falta de profissionais e de materiais e a atribuição de competências aos médicos, para as quais não estão habilitados, são os principais motivos na base da convocação desta greve.
«Há agora, com a pressão da greve, o anúncio da abertura de concursos para contratação de médicos», disse em conferência de imprensa a dirigente da FNAM Pilar Vicente, frisando: «As questões não estão resolvidas, não há volta atrás».
Depois da greve, os médicos vão aguardar pelas respostas da tutela às propostas apresentadas pelos sindicalistas e não descartam a possibilidade de realizar outra greve ou enveredar por «novas formas de luta».
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que a central sindical «está solidária com esta greve e seus objetivos», considerando que o Governo está a «destruir um dos alicerces mais importantes da população».
Para o sindicalista, o que «está em marcha é algo de afrontoso, que põe em causa os cuidados de saúde aos utentes», pelo que está na altura de responsabilizar a tutela. «Chegou o momento de responsabilizar o Governo e o ministro da Saúde por qualquer ocorrência que possa surgir nos hospitais e nos centros de saúde e que ponha em causa a vida das pessoas, por ausência de meios e de condições para dar resposta às necessidades dos utentes», afirmou.