Um estudo concluiu que a cidade de onde é natural o líder político de um país brilha mais durante a noite.
Investigadores das universidades de Monash, na Austrália, e de St. Gallen, na Suiça, analisaram até que ponto as cidades ficam mais brilhantes durante a noite a partir do momento em que um novo líder chega ao poder.
Cruzando informações como o local de nascimento dos líderes políticos de 126 países e os dados de satélite sobre a luz noturna, estabeleceram uma relação entre a intensidade da luz e o PIB nacional.
As conclusões mostram que há um claro favoritismo regional e que isto acontece sobretudo em regimes autoritários ou em democracias mais frágeis.
Os investigadores dão como exemplo o Zaire, atual República Democrática do Congo. Durante o reinado de Mobutu Sese Seko, que foi presidente entre 1971 e 1997, a sua cidade natal, Gbadolite, floresceu.
«Mobuto construiu um enorme palácio, pensões de luxo, um aeroporto capaz de acolher Concords, construiu a melhor rede de abastecimento de água do país, energia elétrica e serviços médicos». O investigador Paul Raschky diz que o registo dos satélites mostram que quando o chefe de estado chegou ao poder a cidade de Gbadolite era escura à noite, depois tornou-se muito brilhante, tendo regressado à escuridão após o exílio e morte de Mobuto.
O mesmo aconteceu em vários países com instituições políticas débeis e cidadãos com baixa escolaridade.
Os investigadores terminam com um alerta: «os países doadores devem ser mais criteriosos na atribuição de ajuda financeira aos regimes autoritários, porque estes lideres usam esta ajuda para benefício próprio».