Economia

Portas: Tese que liga submarinos a financiamento do CDS foi vencida na justiça

Paulo Portas Global Imagens

Paulo Portas afirmou hoje que as contas do CDS-PP são visadas pelo Tribunal Constitucional e que «a tese» de relacionar o financiamento do partido aos submarinos foi vencida na justiça, depois ser confrontado pelo BE com contas de 2004.

«É líder do BE, eu sou líder do CDS-PP. As suas contas são visadas pelo Tribunal de Contas, as minhas são visadas pelo Tribunal de Contas. Como há de imaginar, em 2004 estavam convocadas eleições, a partir de um determinado momento, tal como em 2009, e não me parece que haja nenhum partido que diminua a sua capacidade de recrutamento do ponto de vista dos seus militantes em ano eleitoral, pelo contrário», afirmou o atual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

O vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP respondia ao coordenador do BE, João Semedo, que o confrontou com o aumento de depósitos nas contas dos centristas no ano de 2004 na comissão parlamentar de inquérito à compra de equipamento militar, que hoje ouviu Paulo Portas na qualidade de ministro da Defesa entre 2002 e 2005.

«Não vou discutir o BE, mas não cesso de me admirar pela sua curiosidade pelo CDS-PP. Essa tese foi a julgamento e as pessoas foram absolvidas. É isto que conta, no fim do dia, para a dignidade das pessoas», afirmou.

João Semedo referiu-se, numa ronda de perguntas anteriores, à «teia de subornos e corrupção» que envolve o processo de compra dos submarinos (há condenados na justiça alemã por corrupção pela venda de submarinos alemães a Portugal e à Grécia), e relacionou essa «teia» com o financiamento do CDS-PP.

Portas respondeu que houve um julgamento que absolveu os acusados, mas na última ronda Semedo quis voltar ao tema para dizer que se trata de uma «questão política» que não tem a ver com «julgamentos e tribunais».

«O que é extraordinário nas contas do CDS-PP é que no ano precisamente de 2004 os depósitos em caixa são completamente diferentes, é um paradigma completamente diferente do que aconteceu em todos os outros anos», afirmou João Semedo.

«Uma situação semelhante verifica-se em 2009, embora com uma dimensão de sensivelmente metade, mas relativamente a 2004 é tão diferente que isto faz-me perguntar, se eu fosse presidente do CDS-PP queria esclarecer isso. Se isto acontecesse com o BE eu queria esclarecer isso», disse.

O deputado e coordenador bloquista considerou que não é «normal» que um partido apresente «um modelo tão diferente de financiamento, depósitos, portanto, dinheiro em caixa, num ano relativamente a outro».

João Semedo referia-se às contas do CDS-PP declaradas no Tribunal Constitucional e que dão conta de um aumento dos depósitos no ano de 2004, passando de mais de 200 mil euros para mais de 1 milhão e quatrocentos mil euros, voltando a decair em 2005 para um valor abaixo de 200 mil euros, de acordo com um gráfico distribuído pelo BE, elaborado a partir do Tribunal Constitucional.

João Semedo voltou ainda ao tema do antigo cônsul honorário de Portugal em Munique que foi condenado por corrupção na Alemanha em processos de venda de submarinos alemães a Portugal e à Grécia.

«Parece estranho que não haja pelo menos uma participação ao Ministério Público», afirmou, depois de Paulo Portas ter repetido que o cônsul honorário foi demitido pelo Estado português, mas que, como não era funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, não podia ser alvo de um processo disciplinar.

Redação