Educação

Governo está a analisar 150 propostas de novos cursos superiores de dois anos

Os cursos técnico profissionais do ensino superior são uma novidade anunciada nos últimos meses, pelo ministro da Educação. Oficialmente só há 13 pedidos registados na Direção Geral do Ensino Superior, mas a Lusa cita uma informação do governo que garante que o número de pedidos é já de 150.

O Governo já recebeu 150 pedidos de registo dos novos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), um número inferior aos pedidos de parecer submetidos à agência nacional de qualificação e Instituto de Emprego e Formação Profissional, em grande parte chumbados.

Na página da Internet da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), há apenas a indicação de 13 cursos submetidos para registo, mas o Ministério da Educação e Ciência (MEC) confirmou à Lusa que foram entregues 150 pedidos por instituições de ensino superior, que estão agora em fase de análise.

A Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) são os organismos públicos obrigatoriamente encarregados de avaliar previamente as propostas de criação destes novos cursos superiores, com a duração de dois anos, ministrados nos institutos politécnicos e não conferentes de grau académico.

À ANQEP chegaram até 15 de julho 197 propostas de CTeSP, das quais já analisou 113, tendo emitido 62 pareceres favoráveis, ainda que alguns desses tenham sido emitidos «com reservas».

O trabalho da agência passa por verificar se a proposta corresponde a uma qualificação de nível 5 no quadro nacional de qualificações, e a sua articulação com as qualificações de nível quatro (ensino secundário) e de nível seis (licenciaturas).

De acordo com a ANQEP, a maioria das propostas para criação de CTeSP partiram de institutos politécnicos privados, e as áreas de formação mais recorrentes são «turismo, comércio e marketing, serviços às empresas (qualidade e segurança) e a área da saúde».

Do lado do IEFP, de acordo com a informação disponível na página na Internet deste organismo público, há 209 pareceres emitidos, 106 dos quais desfavoráveis, ou seja, mais de metade das propostas apresentadas pelos politécnicos foram chumbadas.

Para Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), «é prematuro fazer uma avaliação deste processo», até porque, entretanto, o prazo para a submissão de cursos foi alargado, e sublinhou que os politécnicos sempre encararam este primeiro ano de entrada em funcionamento dos CTeSP -- previstos já para 2014-2015 -- como uma «experiência-piloto».

Mourato frisou também que dificilmente os cursos podem funcionar em pleno já no próximo ano letivo, tendo em conta os prazos em que está a decorrer a criação dos novos cursos de dois anos, dando o exemplo dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), também ministrados pelos politécnicos, que o CCISP sempre considerou muito equivalentes aos novos CTeSP, e cuja oferta formativa para 2014-2015 está definida desde abril.

Sobre os 150 cursos já submetidos para registo, Mourato sublinhou que «uma coisa são os pedidos de registo, outra, os registos efetivos e, outra ainda, os que vão realmente entrar em funcionamento», acrescentando que o número elevado de chumbos nos pareceres prévios da ANQEP e do IEFP «não decorrem necessariamente de erros, mas de perspetivas diferentes, num processo que é completamente novo para os dois lados».