Este ex-ministro da Presidência lembrou que existem documentos que provam que a intenção de encerrar o BES já estava a ser preparada antes de sexta-feira e perguntou se o Governo terá cumprido o dever de informação relevante ao mercado.
O socialista Pedro Silva Pereira levantou, na quarta-feira, suspeitas sobre o tempo de aprovação da resolução sobre o BES e a influência do Governo no processo.
Na SIC Notícias, o antigo ministro da Presidência recordou que o processo não começou na sexta-feira e lembrou que existem agora documentos que provam que a intenção de encerrar o BES já estava a ser preparada antes deste dia.
Segundo Pedro Silva Pereira, esta solução foi construída e viabilizada juridicamente na quinta-feira de manhã, o que faz pensar que a ideia já estava ser pensada antes, já que «ninguém consegue aprovar um diploma com vários artigos na quinta-feira».
«Foi naqueles dias em que se esperava a divulgação dos prejuízos do BES que aconteceu na quarta-feira que certamente Governo e Banco de Portugal foram preparando a operação de resolução do BES», explicou.
Pedro Silva Pereira adiantou que esta operação foi feita com uma particularidade, uma vez que os «atos preparatórios aconteceram permanecendo o BES cotado em bolsa» na quinta-feira e sexta-feira, quando o banco perdeu 62 por cento do seu valor.
O agora deputado do PS questionou-se ainda se o Governo terá cumprido o dever de informação relevante ao mercado quando chegaram à conclusão que o BES já não tinha salvação.
«A partir desse momento, eles têm informação relevante para o mercado e, portanto, a destruição de valor que acontece naqueles momentos, o risco de fuga de informação quanto a essa intervenção é imenso», concluiu.