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Ébola: OMS debate ética de uso de medicamentos experimentais

Organização Mundial de Saúde (OMS) Direitos Reservados

A Organização Mundial de Saúde organiza hoje uma reunião para discutir a ética do uso de medicamentos experimentais, numa altura em que o mundo luta para conter a rápida propagação do Ébola.

Não existe atualmente qualquer tratamento ou vacina contra o Ébola, um dos mais letais vírus conhecidos, e com o número de mortos próximo dos 1.000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o mais recente surto da doença «emergência de saúde pública de carácter mundial».

Mas a utilização de medicamentos experimentais suscita um intenso debate ético e médicos especialistas de todo o mundo encontram-se hoje para a elaboração de diretrizes sobre o uso de medicamentos não autorizados em situações de emergência, como é o caso do surto de Ébola.

Dois norte-americanos e um padre espanhol infetados com o vírus quando tratavam de doentes em África estão a ser tratados com o medicamento experimental ZMapp, que mostrou resultados promissores.

O medicamento, da empresa norte-americana Mapp Pharmaceuticals, está numa fase inicial de desenvolvimento e só foi testado em macacos, além de ser escasso.

«É ético utilizar medicamentos não autorizados para tratar as pessoas e em caso afirmativo que critérios devem cumprir e em que condições, bem como quem deve ser tratado» são as questões a responder, disse Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS, anfitrião do encontro de hoje.

O Ébola causa febre e, nos casos mais graves, hemorragias intensas, podendo ser fatal em até 90 por cento dos casos, segundo a OMS.

De acordo com os últimos dados desta organização das Nações Unidas, desde fevereiro, o vírus Ébola infetou mais de 1.700 pessoas, mais de 900 das quais morreram, na Serra Leoa, Guiné-Conacri, Libéria e Nigéria.

A OMS disse no sábado que uma vacina preventiva contra o Ébola deverá passar à fase de ensaios clínicos em setembro e poderá estar disponível em 2015.