Matthew Moore recorreu ao médico para fazer testes de rotina. Quando recebeu os resultados ficou de boca aberta. A clínica escreveu na ficha que ele sofre de "homossexualidade crónica".
Do consultório para o tribunal. Um cidadão norte-americano, residente em Los Angeles, foi ao médico fazer um exame de rotina e durante semanas submeteu-se a várias analises.
Quando regressou ao consultório para saber dos resultados, Moore ficou a saber que o seu organismo tem falta de vitamina B-12, tinha pressão arterial alta e nível de colesterol elevado. Por acaso notou que a sua ficha pessoal continha mais um diagnóstico surpreendente, no campo destinado à orientação sexual. A clínica responsável pelo "check-up" escreveu que Matthew Moore sofre de «homossexualidade crónica».
O homem, de 46 anos, citado no jornal Washington Post, diz que «ficou chocado. No início até me ri, mas depois pensei que esta era mais uma forma de rebaixar os homossexuais». Quando confrontou a médica com o diagnóstico, ela respondeu que «no campo da medicina a homossexualidade é uma doença continua a ser objeto de debate».
De acordo com o Washington Post, a homossexualidade não é classificada como doença mental nos Estados Unidos desde 1973. Na primeira edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), datado de 1953, a homossexualidade foi classificada como um distúrbio de personalidade, mas atualmente já não faz parte desta lista que serve de referencial para a comunidade médica.
Matthew Moore denunciou o caso no centro médico onde é assistido e recebeu a promessa de que o diagnóstico iria ser retirado da sua ficha. «As gerações futuras não têm de se sentir mal por assumirem a sua homossexualidade perante um médico. Isso é emocionalmente devastador».
O caso aconteceu há cerca de um ano, mas só agora é conhecido porque durante estes meses Moore tentou consultar os seus registos médicos. Conseguiu, finalmente, no passado mês de maio.
Descobriu que o diagnóstico de "homossexualidade crónica" continua inscrito na ficha pessoal. Para Matthew Moore basta. Decidiu que vai processar a médica Elaine Jones por difamação e danos emocionais.