Justiça

Advogado de Manuel Godinho surpreendido com inexistência de absolvições

O advogado do empresário Manuel Godinho afirmou que a condenação de 17 anos e meio de prisão do seu cliente, no âmbito do processo "Face Oculta", não é surpresa, mas sim a inexistência de absolvições. Já o advogado de José Penedos disse estar desapontado com a sentença.

«Sem nenhuma surpresa, se há coisa em que esta decisão me parece - digamos - coerente é com aquilo que era previsível no decurso do julgamento», afirmou Artur Marques, após a leitura do acórdão, no Tribunal Judicial de Aveiro.

O advogado realçou, contudo, uma "nota" que, no seu entender, foi «verdadeiramente uma surpresa, a única surpresa». «Num processo desta dimensão, com este número de arguidos, com esta quantidade astronómica de imputações e de crimes, reparem não há uma única absolvição», declarou Artur Marques para quem «isto é sintomático».

Questionado se esperava uma pena tão elevada, o advogado lembrou que «a pena pedida tinha sido 16 anos», adiantando nunca ter tido dúvidas «de que a pena aplicada iria ser superior à pena pedida pelo Ministério Público, não pelo processo em si».

«É evidente - tenho de dizer isto como é óbvio - estou na mais frontal discordância relativamente a esta decisão», salientou, acrescentando que, «obviamente», vai recorrer.

De igual modo, o advogado do ex-presidente da REN afirmou hoje estar «desapontado» com a condenação a cinco anos de prisão efetiva do seu cliente, no âmbito do processo "Face Oculta", considerando tratar-se de um «erro».

«Estou desapontado, cinco anos para mim neste processo é o memo que cinco dias. Qualquer condenação seria muito (...), foi isso que eu defendi no processo. Mantenho a minha convicção, ela não mudou um milímetro», afirmou Rui Patrício, advogado de José Penedos, após leitura do acórdão no Tribunal Judicial de Aveiro.