Política

PCP: Não podem ser os portugueses a pagar consequências do caso BES

Jerónimo de Sousa Global Imagens/Nuno Pinto Fernandes

No discurso de encerramento da 28ª edição da Festa do Avante, o secretário-geral do PCP lançou criticas à atuação do Governo e Banco de Portugal e caracterizou de cúmplice o PS actual situação do país.

Jerónimo de Sousa diz que só não vê quem não quer. O país está a ir ao fundo, a situação é hoje pior do que ontem a manter-se a política seguida pelo Executivo liderado por Pedro Passos Coelho vai ficar ainda mais grave.

Num discurso de cerca de uma hora, o secretário geral do PCP passou em revista o período da governação apoiado pela maioria de direita, mas também a oposição socialista, para concluir que os privilégios continuam a estar apenas de um lado da balança.

«Há dias, Passos Coelho, dizia que era preciso pôr fim aos 'privilégios', [que] há muita gente que 'vivia entre a política e os negócios, os negócios e a política. Logo o PSD, que é o partido campeão dos ministros e secretários de Estado que saltam entre Governo, banca e grupos económicos, seguido, muito de perto, pelo PS, é verdade», reforçou.

No dia em que Pedro Passos Coelho reiterou o apelo ao Partido Socialista para um acordo em torno da reforma da segurança social, o secretário-geral do PCP acusou o PS de ser cúmplice da actual política apoiada pela maioria. Um partido no qual, aponta Jerónimo de Sousa, se continua a discutir em torno de falsas alternativas para o país.

Críticas num discurso proferido perante milhares de manifestantes e simpatizantes em que Jerónimo de Sousa não esqueceu as críticas à condução do caso BES e Grupo Espírito Santo por parte do Executivo e do Banco de Portugal, sublinhando a necessidade de apurar responsabilidades no quadro da Comissão Paramentar de Inquérito.

Mas o PCP não quer ficar por aqui, diz o secretário-geral comunista, e por isso promete estar atento aos passos dados pela nova instituição financeira.

O PCP vai apresentar, ainda este mês, um plano de ação nacional sob o lema «A força de um povo, por um Portugal com futuro», um programa centrado em temas como a renegociação na dívida, a criação de estruturas para estudar a saída de Portugal do euro e a suspensão do tratado orçamental. Elementos que, sublinha o PCP, continuam a ser pilares da actual crise vivida no velho continente.

Redação