O presidente do Grupo Santander, Emilio Botín, morreu hoje aos 79 anos, informou a entidade financeira à Comissão Nacional do Mercado de Valores de Espanha. As ações do Santader na bolsa de Madrid estão em queda.
Num curto comunicado de dois parágrafos, o Banco Santander «lamenta comunicar o falecimento do seu presidente» e explica que irá reunir, durante o dia de hoje, a comissão de nomeações e o conselho de administração para designar o sucessor de Botín.
Fonte do Banco Santander confirmou à Lusa que Botín morreu durante a madrugada de hoje devido a um ataque cardíaco.
A filha de Emílio Botín, Ana Patrícia, é apontada como principal candidata à sucessão na presidência do Banco Santander, apesar de alguma oposição dentro do conselho de administração. Fontes do mercado citadas pela imprensa espanhola adiantam que o seu nome já era apontado «há algum tempo» e que o próprio Emílio Botín tinha planeado abandonar o cargo em outubro, quando cumprisse 80 anos.
Nascido em Santander em outubro de 1934, Botín herdou a tradição de liderança financeira da família, sucedendo aos seus pai e avô, que também presidiram ao que é hoje o maior banco espanhol e um dos maiores do mundo.
Responsável pela expansão internacional da entidade, a que presidiu desde 1986, Botín liderou, por exemplo, em 1988, a operação que permitiu a entrada do grupo em Portugal, com uma pequena participação no Banco de Comércio e Indústria (BCI). Esta participação tornou-se maioritária em 1993, quando é criado o Banco Santander de Negócios Portugal.
Botín, considerado um dos líderes financeiros mais influentes da Europa, este à frente de importantes investimentos do grupo na América Latina, comprando bancos em países como a Argentina, Brasil e o México.
Um dos passos principais do crescimento do grupo ocorreu em 1994, com a compra do Banesto e, posteriormente, com a aliança com o Banco Central Hispano que criou o Banco Santander, considerado, em 2008, o melhor banco do mundo.
Botín, pai de seis filhos, controlava cerca de 1% das ações do grupo Santander e tinha uma fortuna estimada em mil milhões de euros.
Polémico, Botín foi alvo de vários processos judiciais, entre os quais se incluem uma investigação sobre alegada evasão fiscal e outra relacionada com o pagamento de indemnizações a um diretor do banco.