O filme «Os Maias - Cenas da vida romântica», realizado a partir da obra de Eça de Queiroz, é o primeiro filme de época de João Botelho.
Na apresentação do filme à imprensa, na semana passada, o realizador salientou que o romance, que narra a vida de três gerações de uma família da burguesia, assenta «como uma luva» no Portugal contemporâneo. O cineasta referiu como exemplo o facto da bancarrota, anunciada na narrativa, ter obrigado o país a pedir um empréstimo a um banco inglês que só foi liquidado em 2001.
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De acordo com o produtor Alexandre Oliveira, da Ar de Filmes, o orçamento atingiu os 1,5 milhões de euros, com apoios financeiros do Instituto do Cinema e do Audiovisual, através de concurso, da Câmara Municipal de Lisboa, do Montepio e do Brasil, país coprodutor.
Dois dos protagonistas são os atores Graciano Dias, que interpreta o papel de Carlos da Maia, e a atriz brasileira Maria Flor, que interpreta Maria Eduarda, com quem comete incesto, uma das tragédias que marcam a família de «Os Maias».
Do elenco fazem ainda parte João Perry, Pedro Inês, Maria João Pinho, Adriano Luz, Ana Moreira, Catarina Wallenstein, Rita Blanco, Hugo Mestre Amaro, Pedro Lacerda e o barítono Jorge Vaz de Carvalho, que dá voz a Eça de Queiroz, o narrador.
O filme decorre num ambiente muito operático, porque os interiores foram filmados em palacetes, sobretudo em Lisboa, e os exteriores são todos filmados em estúdio, usando telas de grandes dimensões, pintadas pelo artista plástico João Queiroz.