O secretário de Estado do Ensino garantiu hoje que na próxima segunda-feira serão «residuais» as turmas sem professores e que este ano já será possível substituir, em menos de uma semana, um docente em falta. A Associação dos directores de Agrupamentos discorda e não vê no processo qualquer facilidade.
Depois do ministro da Educação foi a vez do secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, garantir que o arranque do ano letivo está «a decorrer com normalidade» e que são «residuais» as turmas com falta de professores.
Atualmente existem 3473 horários que continuam sem ter um docente atribuído, mas «na próxima segunda-feira (...) cerca de 2.500 já estarão nas escolas, ficando então cerca de 1000 horários» por preencher, afirmou Casanova de Almeida.
Declarações com as quais Adalmiro da Fonseca, da Associação dos Directores de Agrupamentos não concorda. O docente faz as contas: «multiplique mil horários por uma média de 28 alunos [por turma]e veja quantos alunos estão sem professores». Adalmiro da Fonseca afirma ainda que «se o Secretário de Estado está muito satisfeito, eu fico muito triste porque ele está satisfeito com uma situação que não é justa para muitos milhares de alunos».
Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado sublinhou que a maioria desses mil horários «são incompletos», o que significa que um professor poderá preencher vários horários.
À margem de uma cerimónia realizada hoje no agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais, em Lisboa, o governante salientou ainda o novo processo que permite às escolas substituir mais rapidamente um professor que fique impossibilitado de dar aulas.
«Os pais vão perceber que quando acontecer alguma coisa a algum professor que não possa assegurar as aulas, vão ter imediatamente outro professor: o prazo de 23 dias vai ser encurtado para quatro ou cinco dias, o que é um ganho absolutamente extraordinário», garantiu.