A informação é avançada na edição deste sábado do jornal Expresso. Carlos Costa quer vender o mais depressa possível, a equipa de Vítor Bento não concorda. A TSF confirmou junto de fontes ligadas ao processo que a atual direção está demissionária.
O Banco de Portugal pode anunciar, nas próximas horas, o nome do sucessor de Vítor Bento. De acordo com a edição online do Expresso, Carlos Costa já terá encontrado uma solução para o novo banco - e deverá divulgá-la ainda este fim-de-semana.
O jornal acrescenta que o objetivo é evitar um vazio de poder, dar tranquilidade ao sector e, sobretudo, aos clientes do banco.
A TSF já confirmou junto de fontes ligadas ao processo que a atual direção está demissionária. É uma divergência insanável quanto ao futuro do Novo Banco.
Ao que a TSF conseguiu confirmar, junto de fontes oficiais ligadas ao processo, os administradores do Novo Banco, nomeados em meados de Julho, não estão disponíveis para executar o plano proposto pelo governador do Banco de Portugal, e apoiado pelo governo e pela banca.
As fontes contactadas pela TSF dizem mesmo que, nos últimos dias, diversos banqueiros defenderam, junto do Banco de Portugal e do governo, a saída de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato. Se não queriam aplicar o plano, deviam ser afastados.
A história teve um último episódio a meio da semana, com uma última insistência do governador, e um pedido de demissão em bloco. Carlos Costa, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, estão a tentar encontrar uma solução, e procuram a esta altura outros nomes para liderar o Novo Banco.
As fontes contactadas pela TSF contam que Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato defendem, desde o início do processo, um plano de desenvolvimento e venda do banco a médio prazo. Um plano que implicaria a recapitalização e estabilização do Novo Banco, antes de, mais à frente, se avançar para a venda. E aqui surge um pormenor importante. A atual administração insiste, desde Julho, que o processo de venda do banco deve prever a modalidade de dispersão do capital em bolsa, a par da venda direta a outra instituição financeira.
Carlos Costa defende uma solução de curto prazo - o Novo Banco deve ser vendido e integrado num outro banco o mais depressa possível. Este plano, do governador do Banco de Portugal, é apoiado pelo Ministério das Finanças e pela banca que, no limite e se tudo correr menos bem, vai ser chamada a pagar a conta. Aliás, nas últimas semanas, vários banqueiros surgiram em público, defendendo uma solução rápida, uma venda com caráter de urgência do Novo Banco.
As fontes contactadas pela TSF são claras, o Novo Banco tem vindo a perder depósitos e liquidez a um ritmo acelerado, e a cada dia que passa o antigo BES perde valor, daí a urgência na venda. As mesmas fontes falam de um banco parado, e de uma administração a fazer contravapor às instruções do Banco de Portugal. Ao que a TSF apurou, a nova administração chegou mesmo a recusar diversas reuniões com o BNP Paribas, o banco escolhido por Carlos Costa para assessorar a venda do Novo Banco.
Na atual administração do Novo Banco, apenas Vítor Bento não tem ligações conhecidas à família Espírito Santo. O vice-presidente, José Honório, foi administrador indicado pelo BES na Semapa, e saiu de lá quando estalou a guerra entre Ricardo Salgado e Pedro Queirós Pereira. José Honório foi ainda o autor de um plano falhado de reestruturação da área não financeira do Grupo Espírito Santo, um plano que Ricardo Salgado apresentou à ministra das finanças, e que previa financiamento através de um sindicato bancário liderado pela CGD. O plano foi rejeitado pelo governo. João Moreira Rato, que saiu do IGCP para o Novo Banco, geriu durante anos, em Londres, um fundo participado pelo BES, uma gestão que partilhava com um sobrinho de Ricardo Salgado.