A comissão, proposta pelo PCP, mereceu o voto favorável de todos os partidos nas votações tidas hoje em plenário da Assembleia da República. Fernando Negrão, do PSD, vai liderar a comissão que só deve arrancar em Outubro.
A proposta comunista foi debatida durante cerca de meia hora no arranque dos trabalhos de hoje no Parlamento.
Na apresentação da mesma, joâo Oliveira, líder parlamentar do PCP explicou que a proposta para a criação de uma comissão de inquérito tyem, como «objetivo obter todos os esclarecimentos sobre esta situação que envolve o BES e o GES, sem limitações ou obstáculos, mas também com a intenção de retirar desses esclarecimentos as devidas consequências».
Duarte Pacheco, do PSD, sublinhou que o partido «não tem qualquer reserva» à formação da comissão de inquérito, advertindo que esta «deve merecer o trabalho árduo e profícuo de todos os deputados».
«Esperemos que as autoridades judiciais façam o seu papel, que tenham a coragem de ir até ao fim em tempo útil», disse também o parlamentar.
Já Cecília Meireles, do CDS-PP, diz que apurar todos os factos em torno do BES é "fundamental" e os centristas terão uma postura de "responsabilidade" e "determinação" durante os trabalhos».
«É uma comissão de inquérito que é feita porque há perguntas que não podem, não devem, e não vão ficar sem resposta», declarou.
O PS, pelo deputado António Braga, advertiu que os trabalhos não podem ser dissociados de uma avaliação sobre o programa de ajustamento, e enalteceu o caráter amplo que a comissão de inquérito poderá atingir.
A comissão «permitirá apurar respostas a todo um conjunto de questões colocadas no projeto do PCP mas também num âmbito mais alargado que certamente atingirá», sustentou o socialista.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE), lembrou a ligação do BES com os diferentes governos de Portugal para dizer que «nenhuma responsabilidade deve ficar impune» e se deve «ter a coragem de ir até ao fim» na procura de respostas, enquanto José Luís Ferreira, do partido ecologista "Os Verdes", disse que há «muito por esclarecer» num processo que «conta com a utilização de 4,9 mil milhões de euros de dinheiros públicos e, portanto, dos contribuintes».