O ministro do Emprego entende que este «é um bom compromisso» que implicou cedências de todas as partes. Já o presidente da CIP diz que este foi o «acordo possível». A CCP fez-se apenas representar no acordo pela sua secretária-geral.
O ministro do Emprego considerou, esta quarta-feira, que a subida do salário mínimo nacional para 505 euros válida por 15 meses foi um «bom acordo» para «quem, como eu, acredita na concertação social».
Pouco antes da assinatura deste acordo, Pedro Mota Soares explicou que este é um bom acordo para quem «acredita na capacidade de compromisso com os parceiros sociais» e que o «progresso se faz em diálogo e chegando a compromissos».
«Acho que este é um bom compromisso. Implicou muitas negociações com os parceiros sociais e que toda a gente tivesse a capacidade de ceder e se comprometer um pouco. Mas chegámos a um acordo. Acho que é um grande acordo», frisou.
Mota Soares disse ainda que o «Governo vai promover uma medida excecional de apoio e promoção do emprego: a diminuição de 0,75 pontos percentuais da TSU a cargo das entidades empregadoras que tinham trabalhadores a auferirem o salário mínimo ao longo deste ano».
«É uma medida que na totalidade é positiva para os cofres do Estado e que é também estará em vigor 15 meses», tal como a do novo salário mínimo, esclareceu.
Já o presidente da CIP sublinhou que este acordo implica que as empresas passem a pagar 733 euros à Segurança Social contra os 703 atuais e que seriam 738 caso não se abatesse os 0,75 por cento do salário mínimo.
«É o acordo possível. A negociação mantém-se e a concertação tem outros temas. Há que alterar um conjunto de constrangimentos que as empresas têm sobre elas», como a burocracia, o financiamento e o acesso ao crédito, frisou António Saraiva.
Já a Confederação do Comércio Português optou por uma discreta demonstração de desconforto com este acordo, ao não se fazer representar pelo líder da organização, João Vieira Lopes, mas apenas pela secretária-geral da CCP, que não pertence à direção e não tem assento na Conselho Económico e Social.
Em comunicado, a CCP diz subscrever o aumento do salário mínimo, uma vez que contribuiu para a reposição de algum poder de compra, mas disse que propôs este aumento para janeiro de cada ano, por razões de lógica de mercado de alguns setores com contratos anuais de fornecimento de serviços.