Política

«Nunca recebi qualquer valor da Tecnoforma enquanto fui deputado»

O primeiro ministro garante que enquanto foi deputado, em regime de exclusividade, a Tecnoforma nunca lhe fez qualquer pagamento. Seguro reclama levantamento do sigílio bancário a Passos. O chefe de governo aceita a divulgação de parte da sua declaração de rendimentos, mas recusa fazer «striptease» das suas contas bancárias.

Na abertura do debate quinzenal Pedro Passos Coelho esclareceu ainda que nos anos em que foi deputado exerceu apenas o cargo de presidente do conselho de fundadores de uma ONG. O primeiro ministro garantiu que durante esse tempo apresentou apenas despesas de representação feitas ao serviço do Centro Português para a Cooperação.

Passos Coelho esclareceu que esteve a consultar a informação sobre a sua actividade profissional e também neste caso garantiu que não recebeu qualquer remuneração desta organização.

Passos Coelho explicou ainda que, durante a legislatura, não estava oficialmente em regime de exclusividade. No entanto, no fim do mandato, pediu o subsídio de reintegração, apresentando a sua declaração de rendimentos. «Não tenho outros rendimentos se não os que aufiro do meu trabalho. Não tenho bens em nome de filhas ou sobrinhas». O primeiro ministro garantiu que entregou cópias das suas declarações de rendimentos entre 1991 e 1999 ao Parlamento.

Antes de prestar estas informações, o chefe do executivo PSD/CDS-PP citou o despacho de arquivamento da Procuradoria-Geral da República, do inquérito relativo à denúncia anónima de que teria recebido pagamentos da Tecnoforma incompatíveis com o regime de exclusividade enquanto deputado, segundo o qual a documentação de contabilidade facultada por esta empresa "em nada contribui para o esclarecimento material da factualidade do objeto do presente inquérito".

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou ainda no parlamento que autorizará a divulgação de parte das suas declarações de IRS, referente aos seus rendimentos, mantendo sigilosa a parte relativa a outras pessoas do seu agregado familiar.

Na sua intervenção inicial no debate quinzenal, Passos Coelho afirmou que é "uma pessoa remediada", mas que isso não o condiciona nas suas decisões.

«Quero, no entanto, dizer ao parlamento que se é verdade, que as acusações que me fazem não têm fundamento, é-me muito difícil apresentar elementos de prova e fotografias de rendimentos fantasmas que eu não tenho. Espero, portanto, que aqueles que sustentam as suas acusações o possam publicamente comprovar».