Economia

Lisboa: Hasta pública do terreno dos Sapadores Bombeiros sem interessados

A hasta pública para a venda do terreno onde está o quartel do Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa, junto à Avenida Lusíada, decorreu hoje sem que surgisse qualquer interessado.

Aquele lote, na freguesia de Carnide, tinha uma base de licitação de 15,580 milhões de euros.

A venda deste terreno consta do Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz/Benfica, que esteve envolto em polémica por, inicialmente, prever a alienação do terreno a favor do Hospital da Luz, que pretende ampliar as suas instalações.

A 24 de julho, a Assembleia Municipal de Lisboa decidiu adiar a votação do documento para este ser corrigido.

Na ocasião, o deputado do PCP Modesto Navarro defendeu que deve ser «assegurada uma hasta pública em igualdade de circunstância para todos os concorrentes» e não ser favorecido o Grupo Espírito Santo (GES), proprietário do Hospital da Luz.

«Para a Câmara de Lisboa, o mais importante é mandar abaixo o quartel para vender o terreno ao grupo BES para alargamento do hospital», acrescentou.

A deputada do BE Mariana Mortágua quis saber «porque é que o terreno vai ser vendido», uma vez que o atual quartel tem condições para acolher os sapadores bombeiros.

«O que nos parece que está aqui é um grande negócio: o BES com os terrenos que quer, a câmara com mais dois milhões», disse.

Miguel Santos, do PAN, lamentou que exista «quase que uma reserva de espaço para o Hospital da Luz» naquele terreno e que «não se saiba para onde» vai ser transferido o quartel.

Em resposta, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, disse que defende uma «hasta pública totalmente aberta, onde qualquer um possa concorrer» e admitiu que foi um «erro material o plano ter concluído que 80% do terreno seria destinado a equipamentos».

«Por isso, foi mudado, para que 100% possa ter outro uso. Vai valorizar o património municipal», afirmou.

Quanto à nova localização dos Sapadores Bombeiros, que estão atualmente perto da Avenida Lusíada, afirmou que «estão a ser estudadas várias alternativas» e assegurou que «não haverá desocupação do atual quartel sem que estejam encontradas soluções».

O plano de pormenor foi aprovado a 29 de julho depois de feitas as alterações.

Redação