A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima lança hoje uma campanha que pretende alertar, quem procura emprego, para os riscos que podem esconder as ofertas de trabalho. «Se parece demasiado bom para ser verdade é porque, provavelmente, é mentira».
O número de vítimas de tráfico de seres humanos sinalizadas em Portugal triplicou no espaço de um ano.
Em declarações à agência Lusa, Juliana Moya, da Unidade de Apoio à Vítima Migrante da APAV,explicou que atualmente ainda há muita gente que acha «que o tráfico só acontece com pessoas oriundas de países subdesenvolvidos e com crises humanitárias».
«Tem havido muitas situações de cidadãos europeus, com habilitações académicas e formação profissional, que são sujeitos a exploração laboral», sublinhou.Adiantando que a campanha tem também uma vertente de sensibilização dos empregadores para os riscos poderem ter empregados que estão a ser explorados.
Para evitar que cada vez mais pessoas venham engrossar os números do tráfico de seres humanos, a campanha da APAV, que será divulgada nas redes sociais, televisões, imprensa e junto das câmaras municipais, coloca a tónica na importância de os candidatos a um emprego se informarem e questionarem quando respondem a um anúncio.
Além de um filme interativo recriando uma entrevista de emprego e de vários cartazes, foi ainda criado para a campanha o site «Trabalho Já», que tem anúncios de emprego fictícios com a indicação de um email para candidaturas.
Ao candidatarem-se as pessoas recebem uma mensagem automática alertando para esta realidade e são direcionadas para o site www.naoaotrafico.pt onde encontram todas as informações da campanha.