Economia

Fusão PT/Oi: Governo diz que importante é «projeto estratégico» e não nomes ou acionistas

O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, disse hoje que o importante nas empresas é o «projeto estratégico» de «longo prazo» e não tanto os nomes ou acionistas das mesmas.

«O Governo entende que o projeto, e não tanto os nomes ou acionistas, é que determinam o sucesso das empresas», disse Sérgio Monteiro à agência Lusa, quando questionado sobre o facto do grupo francês Altice já se ter encontrado com os acionistas brasileiros e portugueses da Oi e abordado o eventual preço da PT Portugal.

Escusando-se a entrar em detalhe no caso da PT Portugal, o governante lembrou que «independentemente do capital que detém as empresas» no setor das comunicações «ou em qualquer outro setor» o que «verdadeiramente» importa «é o projeto estratégico e que as empresas continuem a ser um contribuinte para o desenvolvimento da economia».

Sérgio Monteiro falava em Lisboa num evento da Fundação Portuguesa das Comunicações a propósito do Dia Mundial dos Correios, que hoje se assinala.

Na ocasião, e questionado pela Lusa sobre a desvalorização nos últimos dias da Portugal Telecom em bolsa (hoje perdeu cerca de 13%), o secretário de Estado advertiu que, no mercado de capitais, os «movimentos num determinado dia ou período podem ser influenciados por rumores ou notícias», mas o que interessa é a visão de longo prazo das empresas.

No caso dos grupos de telecomunicações, o essencial é que estes mantenham a sua «competitividade» e que «continuem a contribuir para que Portugal seja um país de ponta na digitalização da sua economia», frisou ainda.

Antes, na sua intervenção no evento a propósito do Dia Mundial dos Correios, o governante havia enaltecido a privatização dos CTT, dizendo que «é indiferente o capital das empresas desde que elas não percam a sua génese, o seu ADN e o seu contributo para a economia de um país».

«Foi assim, julgo, que aconteceu com os CTT», sublinhou, declarando que as cartas e encomendas «continuam a chegar com a mesma fiabilidade, qualidade e regularidade que chegavam antes de o capital [da empresa] ser privado».

Fonte ligada à operação disse hoje que o grupo francês Altice já se encontrou com os acionistas brasileiros e portugueses da Oi, entre os quais o Novo Banco, e abordou o eventual preço da PT Portugal.

As reuniões em Portugal decorreram esta semana, com encontros com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a nova equipa de gestão do Novo Banco.

A mesma fonte adiantou que a Altice está pronta para comprar a PT Portugal «já amanhã, hoje», bastando apenas para tal uma chamada telefónica com o "OK" da Oi.