O 35.º Portugal Fashion, que recebeu 30 mil pessoas nos quatro dias, terminou sábado no Porto, com destaque para o regresso de Nuno Baltazar, inspirado no cinema, e servindo o desporto como mote para Miguel Vieira e Carlos Gil.
O último dia do evento de moda espalhou-se por três edifícios emblemáticos da cidade Alfândega do Porto, Conservatório de Música e Mosteiro S. Bento da Vitória, trazendo as propostas para a próxima estação quente de nomes como Luís Buchinho, Carlos Gil, Nuno Baltazar, Miguel Vieira, Dielmar e Fátima Lopes, esta última responsável pelo encerramento do Portugal Fashion.
Um dos momentos mais aguardados do dia era o regresso, ao fim de oito anos, de Nuno Baltazar à cidade onde tem o seu ateliê, tendo o criador explicado aos jornalistas que esta é a oportunidade de apresentar o seu trabalho «mais próximo das clientes, que vestem Nuno Baltazar e que merecem este desfile mais do que ninguém».
Interrogado sobre se esta era uma passagem pontual ou um regresso "para ficar", o designer confessou que gostaria de continuar a apresentar no Portugal Fashion, mas foi cauteloso porque "ao fim de 15 anos de carreira" aprendeu "a tomar decisões de seis em seis meses".
Para Nuno Baltazar esta coleção representa também o regresso das suas criações ao cinema, e tem uma «inspiração não óbvia» no filme "Le Mepris", de Jean-Luc Godard.
«No filme há uma luta de um dos personagens entre o cinema de Hollywood e o cinema de autor, e eu, no fundo, faço um paralelismo entre o que acontece no filme com aquilo que eu acho que está a acontecer na moda. Nesta fase, quis ser muito fiel àquilo que eu gosto de fazer, à minha identidade, ao meu ADN. É uma homenagem ao triunfo de quem não cede», justificou.
De acordo com os dados avançados à agência Lusa por João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), a entidade organizadora do evento, nos quatro dias do Portugal Fashion passaram pelos vários desfiles do Porto e de Lisboa cerca de 30 mil pessoas, numa organização do Portugal Fashion «um pouco diferente do habitual», já que estiveram «em muitos espaços com os mesmos recursos».